Do Tsunami económico a solução utópica - Refexões sobre as verdadeiras razões da crise economica internacional
Prefacio de Lago de Carvalho:".... PREFÁCIO
Estas reflexões alinhadas pelo Rui Santos transpiram inquietação e frustração sobre o caminho que a economia global está a seguir mas, muito mais, sobre o caminho de Angola.
Temos que admirar a coragem de alguém que é capaz de pôr no papel reflexões sobre a crise e a economia, quando tantos “especialistas” já o fizeram sem que se veja qualquer inflexão no percurso que estamos a seguir.
Interessante é a forma como alguns tópicos são apresentados.
Quem se havia de lembrar de promover a globalização ou “desregularização” da economia mundial? Só alguém que arrogantemente julga que irá controlar o processo. Aparentemente, a avaliação foi mal feita e as consequências não são as desejadas, mesmo para os países que a promoveram.
Outra ideia-base interessante é a questão do emprego, da estabilidade social e da democracia. A génese dos países é muito diferente, a fase histórica e a urbanidade (como convivência social) também o são. Não podemos ter um só modelo democrático e muito menos imposto em momentos de instabilidade.
E o emprego? O emprego que vale para um país será o bem remunerado, o que implica gente formada e educada, capaz de produzir ou acrescentar valor que justifique a sua remuneração. O autor faz a ligação do Emprego à Educação e, subsequentemente, à distribuição da riqueza em cada sociedade. Esta distribuição deve incluir as gerações futuras através da poupança e não o esbanjamento pelas classes no poder.
E o que é que isso tem a ver com impostos? Na verdade, são os impostos que todos pagamos que “sustentam” o poder nos diversos países, devendo esses impostos ser adaptados ao tipo de economia de cada país, aos objectivos de promoção de actividades económicas, bem como às capacidades que cada país tem de gerir a sua máquina fiscal.
O autor propõe-nos assim o seu modelo de sistema fiscal e sugere as vias para o alcançar.
Estamos de acordo com a necessidade de um sistema que se possa auto-sustentar no futuro sem depender Ad-Eternum de consultores e que não seja uma cópia da Europa que, sem petróleo, tem a sua reconstrução há muito concluída.
Ainda que se não concorde com as ideias aqui expressas pelo Rui Santos, recomendamos vivamente a sua leitura, pois trata-se sem dúvida de uma importante contribuição à reflexão de todos quantos estão preocupados com a crise mundial e o futuro de Angola.
Luanda, 25 de Setembro de 2011
Lago de Carvalho
MSC em Gestão; Economista